O EQUILÍBRIO DOS OPOSTOS


Dia e noite. Desejo e apatia. Bem e mal. Amor e ódio. Masculino e feminino. Silêncio e som... Um não existe sem o outro. Para clarear, é preciso estar escuro. O silêncio se dissolve com o ruído. Forças opostas interagem o tempo inteiro. Assim é o jogo da vida. Assim são suas emoções. Assim funcionam as polaridades.
Tudo é dual. Tudo contém o seu oposto. Os opostos são dois extremos da mesma coisa, com muitos e variáveis graus entre eles. Mas todo par de opostos pode, em algum momento, se fundir. Esta é a chave para fazer o Universo trabalhar a seu favor.
O caminho das polaridades é um trânsito que exige muito aprendizado e autoconhecimento, porque é geralmente na gangorra desses opostos que vocês escorregam, se desequilibram e sofrem muito.
Mas como transitar nestas polaridades? Partindo do princípio que vivemos nas polaridades desde a criação do mundo. No Gênesis, os primeiros relatos sobre as origens do mundo e da humanidade já abordam as polaridades: Deus criou a luz e a separou das trevas e chamou de luz o dia e de trevas à noite. Também instruiu o homem quanto à árvore do conhecimento do bem e do mal. As polaridades são partes integrantes do mundo e da história da qual fazem parte.
A medicina tradicional chinesa também é fundamentada no princípio da polaridade, traduzida nos conceitos de yin e yang, princípios opostos e complementares que interagem entre si. Os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa. Para existir o yin é preciso haver o yang e eles devem coexistir em harmonia. Se ocorre o desequilíbrio, surge a doença – tanto física quanto emocional.



Esses paradoxos também operam no plano mental. Vocês sentem amor e ódio, geralmente considerados sentimentos diametralmente opostos, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. Há graus de ódio e de amor, (às vezes eles se encobrem e se misturam tanto que fica difícil saber o que é um ou outro), mas se aplicarem o princípio da polaridade, acreditando que não há amor absoluto ou ódio absoluto e que ambos são simplesmente pólos da mesma coisa, podem mudar esse quadro.
É importante observar que as sensações, ou os sentimentos, que pertencem a classes específicas não podem ser transmutados em outros diferentes. Somente os da mesma classe, ou escala, podem ser polarizados. Por exemplo: o amor pode virar ódio e o ódio pode ser transformado em amor. A coragem se transforma em medo e vice-versa. O que é frio pode ficar quente. Um homem medroso pode elevar sua vibração nas linhas do medo e adquirir maior grau de coragem, assim como um homem preguiçoso pode virar um indivíduo ativo, cheio de energia, se usar a polarização na direção desejada. Mas o ódio não pode ser transformado em coragem, ou vice-versa, e o frio não pode virar escuro ou claro, por exemplo.
A busca do autoconhecimento os direciona ao entendimento e à manutenção dessa gangorra de oposições. Há pessoas que passam a vida sem ter a mínima compreensão de si mesmas. Nem sequer entendem que emoções, sentimentos e comportamentos precisam ser vividos. É preciso deixar fluir as emoções para poderem se harmonizar, e é exatamente esse processo que estamos trazendo à sua consciência: entender as emoções e reconhecer suas próprias freqüências para poderem, depois, equilibrá-las.
Todos os bons sentimentos são amor. Todas as tristezas, medos, desarmonias, inseguranças, dores, são aprendizado para o caminho do amor, porque nesta vida terrena vocês ainda disto.
Mas não encarem esse jogo da vida repleto de altos e baixos, de freqüências opostas, apenas como um peso, uma negatividade. Ele inclui muita alegria e as dores nada mais são do que uma oportunidade para aprenderem e se transformarem.
Há muita lógica no mundo das polaridades. Na verdade, a polaridade não é o oposto, o antagonismo, mas antes a necessidade, o aprendizado, para encontrarem o caminho final: viver um sentimento para conhecer o seu oposto. Mas lembrem-se de que o caminho final não é o fim, porque o começo é sempre o recomeço, e tudo começa onde termina. E também não esqueçam que esse círculo é de amor – e não de dor. Vocês podem aprender pela dor, mas se recuperar pelo amor, aprender com as tristezas, mas também transformá-las em alegrias.
O jogo das freqüências é o jogo da vida, o jogo do amor. E a vida não escolhe o caminho de cada um, contudo acolhe todas as consciências que, liberadas do medo, mergulham no amor. O medo é uma inação e não os deixa agir porque ele é o grande inimigo do amor. Somente o amor é ação.
Eugenio Santana, FRC – 

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