Papa diz que profecia de Fátima vai além dos horrores da história Qua, 19 Mai, 08h35





Cidade do Vaticano, 19 mai (EFE).- A profecia de Fátima é uma mensagem centrada na prece, na penitência e na conversão, "que vai além das ameaças, dos perigos e dos horrores da história, é um convite ao homem para ter confiança na ação de Deus", afirmou hoje o papa Bento XVI.
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Diante dos mais de 15 mil pessoas que assistiam na Praça de São Pedro à audiência pública das quartas-feiras, o Pontífice dedicou a catequese a comentar sua recente viagem a Portugal, que o levou a Lisboa, ao santuário mariano de Fátima e ao Porto, onde foi recebido por milhares de fiéis.

O Bispo de Roma disse que nos quatro dias de viagem exortou aos fiéis a realizar uma nova e vigorosa ação evangelizadora em todos os âmbitos da sociedade, "para serem semeadores da esperança em um mundo muitas vezes marcado pela desconfiança".

Bento XVI disse que chegou a Fátima, a localidade onde em 1917 ocorreram as seis aparições de Nossa Senhora às três crianças pastoras, como "um peregrino entre os peregrinos" e voltou a reiterar a vigência do chamado "segredo de Fátima", a mensagem que segundo os três pastores transmitiu Nossa Senhora.

Dividida em três partes, a profecia de Fátima foi revelada pela Virgem aos pastores Lúcia, Jacinta e Francisco durante as aparições de 13 de maio, 13 de julho e 13 de outubro, segundo o relato de Lúcia, que foi a encarregada de redigi-la e decidiu revelar só as duas primeiras partes.

A primeira falava da morte prematura de Jacinta e Francisco (que eram irmãos e primos de Lúcia) e a segunda versava sobre a visão aterrorizadora do inferno, no fim da Primeira Guerra Mundial e à explosão da Segunda e predizia a conversão da Rússia e o fim do comunismo.

Só na última viagem de João Paulo II a Fátima, em 13 de maio de 2000, a terceira parte foi revelada. Referia-se ao atentado sofrido pelo papa Wojtyla em 1981 e aos ataques do comunismo ateu à Igreja.

Bento XVI "atualizou" o terceiro segredo, assinalando que a "novidade" que se pode ver agora, dez anos após a divulgação, é que a mensagem é para todo o mundo, "para todos os papas da Igreja".

Segundo o papa teólogo, a mensagem de Fátima tem uma validade eterna e refere-se aos sofrimentos da Igreja em todos os tempos.

"O sofrimento da Igreja vem de seu interior, dos pecados que existem nela. Já eram sabidos, mas hoje percebemos de modo aterrorizante", disse o papa, referindo-se aos casos de clérigos pedófilos.

Conforme o papa, a Igreja tem "uma profunda necessidade de voltar a aprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender o perdão, mas também a necessidade de justiça, já que o perdão não substitui à justiça".

O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, disse que o fato de Bento XVI ter "atualizado" o conteúdo da Profecia significa que para o papa a mensagem é uma chave de leitura do mundo e dos eventos presentes à luz da fé. EFE

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